quarta-feira, 30 de junho de 2010

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Visitem o Arco-íris das Maravilhas, onde Luna Karenine explora temas actuais com muito interesse.

Poderão encontrar mais sobre Emilie Autumn e Direitos dos Animais.

Vejam vídeos sobre a industria doentia McDonalds.


CLICA:

terça-feira, 29 de junho de 2010

Discriminação da Mulher = Discriminação dos Animais


"Bem, eu nunca escrevi nada tão literal como o "Meat Is Murder", de Morrissey, mas este é um tema primordial explorado na maior parte do que eu escrevo, e eu, pessoalmente aplico essa premissa tanto para o feminismo como para os direitos dos animais. Eu sei que pode soar estranho querer ligar as duas coisas, mas vou tentar explicar a forma como eu vejo isto. Para começar, vou ser uma completa estúpida pomposa e citar Gandhi por um segundo: "A grandeza de uma nação e o seu progresso moral podem ser julgados pelo modo como os seus animais são tratados." Assim, a forma como a sociedade trata os animais está intimamente relacionada com a forma como trata as mulheres e o fato de não gostarem da maneira que isso soa não faz disso menos verdade. A forma como uma sociedade trata os seus animais tem uma conexão directa muito óbvia com a forma como trata desumanamente as mulheres, porque o que é desumano é desumano, e as atitudes da classe dominante (ou do género, neste caso) sobre uma criatura considerada inferior são as atitudes que se estendem para todas as coisas consideradas como tal.

Assim, não é de admirar que, observando as mulheres e os animais, na sociedade "civilizada" de hoje, o maior dos males esteja ainda acima de ambos? Pelo menos quando uma vaca é abatida, não é pessoal. Quando uma mulher é abusada, geralmente é, e este é um assunto sobre o qual escrevo constantemente."


( Emilie Autumn em entrevista ao PETA2 )


Musica e letra de "meat is murder", por The Smiths, com tradução:





(TRADUÇÃO DE:)

"Well, I've never written anything quite as literal as Morrissey's "Meat Is Murder", but there is an overriding theme of the underdog fighting back in most of what I write, and I personally equate that premise to both feminism and animal rights. I know it may sound strange to connect the two, but I'm going to try and explain the way I see it. To start, I'm going to go ahead and be a total pompous ass and quote Gandhi for a second: "The greatness of a nation and its moral progress can be judged by the way its animals are treated." Now, a society's treatment of animals is closely related to their treatment of women, and the fact that I don't like the way that sounds doesn't make it any less true. The way a society treats its animals has a direct and glaringly obvious connection to its treatment of women because inhumane is inhumane is inhumane, and the attitudes of the ruling class (or gender in this case) on one creature considered inferior are the attitudes it extends toward all things considered such.

And so is it any wonder that regarding women and animals, in our present "civilized" society, the greatest of evils are still enacted upon both? At least when a cow is slaughtered, it isn't personal. When a woman is abused, it usually is, and this is something I write about constantly."


( Emilie Autumn to PETA2 )

domingo, 27 de junho de 2010

A mulher ainda não é mulher


"As leis mudaram muito, mas as mentalidades muito pouco. É como a pele: a epiderme tem bom aspecto, mas a carne por baixo está doente". Maria Teresa Horta


Por causa do bom aspecto da epiderme a mulher convenceu-se (ou deixou-se passivamente convencer) de que a luta pelos ideais feministas terminara e que bastaria cultivar memórias. Torna-se urgente um novo Segundo Sexo, uma nova obra que entre nas mulheres como um grito e que as consciencialize de que a opressão continua e que, bem vistas as coisas, é sentida por todas quotidianamente. É necessário que essa obra não seja unicamente dirigida às mulheres, mas sim a todos os seres humanos, para que a mudança de mentalidade se dê não somente nas mulheres,  mas também nos homens que tendem a ridicularizá-las. É, ainda, essencial que se transmitam novas hipóteses, novos modelos de educação que não distanciem o sexo feminino do masculino, porque, afinal, é no berço que a discriminação se inicia. Torna-se, de facto, eminente a necessidade de renovar a mentalidade social e a educação com a qual provê as crianças, uma vez que serão, elas próprias, provedoras de uma educação idêntica à que receberam. É igualmente fundamental que a questão da liberdade sexual da mulher não seja esquecida, pois esta não foi uma luta que terminou com o final da vaga hippie. É indispensável, também, alargar este combate à sociedade mundial e não agir apenas localmente. 

Tudo isto se afigura como um processo lento e difícil, mas não será, com certeza, impossível se a mulher não desistir de se activar, isto é, não desistir de si. A mulher deve combater a passividade e consumir exaustivamente os seus direitos, mas não se deve conformar com eles, comparando o seu bem estar actual com as mutilações físicas, morais, sociais e contra a integridade de que eram (e ainda são) vítimas as mulheres. Deve, antes, inspirar-se neles para observar mais atentamente o seu quotidiano, as mutilações de que (ainda) é vítima, perceber porque isso (ainda) acontece e, finalmente, revoltar-se numa rebelião pacífica, mas não passiva, em busca de uma igualdade não só aparente nas leis, mas assumida na mentalidade de toda a sociedade. Porque, hoje, a mulher ainda não é mulher.