Lei que proibia mulheres de usarem calças em França, em vigor há dois séculos, foi abolida. Ministra francesa dos Direitos da Mulher, Najat Vallaud-Belkacem, disse que legislação não era compatível com valores atuais do país.
Dois séculos depois, as francesas conquistaram esta semana o direito a usar calças compridas, sem quaisquer restrições. Foi abolida na passada segunda-feira a lei instaurada em 1800, logo após a Revolução Francesa, que exigia a mulheres que se quisessem vestir como homens que pedissem autorização à polícia.
Para a ministra francesa dos Direitos da Mulher, Najat Vallaud-Belkacem, essa legislação não era compatível com os valores atuais do país.
Polémica
As parisienses lutavam pelo direito de usarem calças desde a Revolução Francesa, quando os trabalhadores passaram a vestir calças compridas de algodão, ao invés das tradicionais culottes, largas na parte de cima e justas a partir do joelho, como fazia a aristocracia.
Na viragem do séc.XX, a arcaica norma sofreu uma emenda, permitindo que as mulheres pudessem, finalmente, usar calças. Mas com uma condição: "Se estiverem a segurar o guiador de uma bicicleta ou as rédeas de um cavalo".
Recorde-se que em maio do ano passado, a ministra da Habitação, Cécile Duflot, foi criticada por usar calças de ganga durante a primeira reunião do gabinete do Presidente François Hollande.
Meses depois, antes de iniciar um discurso na Assembleia Nacional, Duflot foi alvo de assobios e 'bocas' por parte de políticos, por estar a trazer um vestido floral. Na ocasião, comentou: "Já trabalhei em estaleiros de obras, mas nunca vi nada parecido. Isso diz muito sobre alguns dos parlamentares. Fico a pensar nas mulheres deles..."
FONTE:
Expresso On-Line.