sexta-feira, 18 de julho de 2014

Thor: o super-herói que agora é uma mulher

Marvel anuncia a mudança de sexo de uma das suas personagens mais mediáticas.

Thor, um dos mais conhecidos super-heróis da Marvel, vai sofrer uma mudança inesperada e surpreendente. A gigante dos comics anunciou nesta terça-feira que na nova série de banda-desenhada, que sairá em Outubro, Thor vai ser uma mulher.

Segundo a Marvel, esta personagem vai mudar de sexo numa tentativa de chegar a mais leitores, nomeadamente, a mais mulheres. “Thor será o oitavo título a ter uma protagonista feminina e tem como objectivo falar directamente a uma audiência que durante muito tempo não foi o target dos livros de banda-desenhada na América”, lê-se no comunicado da empresa, que divulga ainda imagens da nova heroína.

E uma coisa é certa, o Thor, deus do trovão, filho de Odin, que conhecemos já não vai voltar. “Não é She-Thor. Não é uma Lady Thor. Não é Thorita. É THOR. É o THOR do universo da Marvel”, diz Jason Aaron, que será responsável pela escrita da história, garantindo na nota da Marvel que esta nova personagem será um Thor “diferente de qualquer Thor que já tenhamos visto”. A ilustração ficará a cargo de Russel Dauterman.

Por responder ficam ainda algumas perguntas. Quem é afinal esta nova heroína que segura o poderoso martelo? De onde é que ela vem e como é que aparece na história? Qual é afinal a sua ligação ao longínquo reino de Asgard e ao universo Marvel?

Outros dos mistérios é a imagem que a Marvel divulgou do "antigo Deus do Trovão", sugerindo que este continuará na história mas de outra forma. Chamam-lhe "Unworthy Thor" (Thor não digno, numa tradução livre) e, em vez do martelo, a personagem tem um machado. 

Será preciso esperar até Outubro para descobrir. Mas o editor da Marvel, Will Moss deixa uma pista: “A inscrição no martelo de Thor diz o seguinte: ‘Quem quer que tenha este martelo, se Ele for digno, possuirá o poder de Thor’. Pois bem, está na altura de actualizar esta inscrição”. Para Will Mossa, esta será "uma das mudanças mais chocantes e emocionates" do universo da Marvel. 

No entanto, o norte-americano escreve ainda que esta mudança continua a tradição da Marvel em criar personagens femininas fortes como Tempestade ou Viúva Negra.

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FONTE: Público.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Registados nove casos de mutilação genital feminina em Portugal desde Março


Mural dedicado às vítimas de MGF, pintado por Tamara Alves e Fidel Évora.

A Plataforma de Dados da Saúde registou nove casos de mutilação genital feminina (MGF) em Portugal desde Março, adiantou nesta sexta-feira a secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade.

Em declarações à Lusa, Teresa Morais considerou de “uma importância muito grande” o registo de “casos concretos” na plataforma, que, depois de ter experimentado alguns problemas técnicos, está em funcionamento desde Março.

Estima-se que 140 milhões de mulheres tenham sido submetidas à MGF em todo o mundo e que três milhões de meninas estejam em risco anualmente. A prática, que causa lesões físicas e psíquicas graves e permanentes, é mantida em cerca de 30 países africanos, entre os quais a lusófona Guiné-Bissau.

A MGF migrou para a Europa, onde se estima que vivam 500 mil mulheres afectadas por uma mutilação genital e 180 mil meninas estejam em risco, anualmente.

A referenciação dos casos representa “um passo decisivo em matéria de conhecimento sobre a realidade da mutilação genital feminina em Portugal, de que, durante muitos anos, se falou apenas em termos teóricos, (…) de sensibilização, sem que o país soubesse, verdadeiramente alguma coisa de concreto sobre o que se passava”, afirmou Teresa Morais.

“É o início de uma nova fase na abordagem da mutilação genital feminina em Portugal”, frisou, sublinhando que permite “passar das meras suspeitas” a “casos concretos”.

Juntando o registo ao estudo de prevalência em curso, Portugal poderá passar de “estimativas feitas em cima do joelho para um conhecimento mais detalhado”, que permita “intervir junto das comunidades de risco”, destacou.

Realçando que apenas foi informada do número de casos e da tipologia da mutilação genital em causa, Teresa Morais reconheceu que será relevante conhecer outros detalhes, como a idade das vítimas e o local e a data da prática da MGF. Essa informação, disse, deverá constar do relatório que a Direcção-Geral da Saúde divulgará no final do ano.

Teresa Morais adiantou ainda que foi aprovada pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco “uma circular, sob a forma de manual de procedimentos, com orientações técnicas sobre como os técnicos e as técnicas das CCPJ devem actuar para prevenir e sinalizar os casos de MGF”.

A secretária de Estado informou também que a pós-graduação sobre MGF na Escola Superior de Enfermagem de Lisboa “vai ser repetida em Outubro”. Com propina gratuita, a primeira edição foi frequentada por mais de 30 profissionais de saúde, que depois deram formação aos colegas.

Entretanto, acrescentou a governante, a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG) está a trabalhar num protocolo com Instituto Politécnico de Setúbal, para realizar uma pós-graduação em moldes similares no Barreiro, no último trimestre de 2014.

Ainda sobre a MGF, estão abertas até 4 de Agosto as candidaturas ao prémio “Mudar agora o futuro”, podendo concorrer a financiamento as “organizações sem fins lucrativos que tenham projectos de intervenção na comunidade que possam contribuir para prevenir e erradicar esta prática”, recordou a secretária de Estado.

FONTE: Público.
Mais sobre a imagem/mural: Rede Angola.
Link da Plataforma de Dados da Saúde: PDS.



quinta-feira, 3 de julho de 2014

Uma em cada três europeias vítima de violência

Uma em cada três mulheres da União Europeia (UE) foi ou será vítima de pelo menos um episódio de abuso sexual, físico ou psicológico, conclui um estudo, alertando para os riscos que as novas tecnologias representam.

Fonte da Imagem: Diante do Trono

O maior estudo sobre violência de género alguma vez realizado na UE foi divulgado hoje pela Agência para os Direitos Fundamentais (FRA, na sigla em inglês), revelando a persistência do problema e um forte pendor de género: 97 por cento das vítimas de violência sexual, física ou psicológica são mulheres. "É uma chamada de alerta: a violência afecta praticamente todas as mulheres", disse à Lusa a investigadora Joanna Goodey, em Viena de Áustria, sede da FRA.

As mulheres foram questionadas sobre as suas experiências de abusos físicos, sexuais e psicológicos, em casa, no trabalho, na esfera pública e também no espaço virtual (perseguição e assédio através da internet). Nos doze meses anteriores à realização do estudo - com 42 mil inquiridas nos 28 Estados-membros da UE -, 3,7 milhões de mulheres foram alvo de violência sexual e 13 milhões de mulheres foram vítimas de violência física. 

Os resultados dizem ainda que a violação dentro do casamento não é uma raridade e que uma em cada cinco grávidas foi violentada pelo parceiro actual. Estes e outros indicadores revelam "claramente" que "os direitos das mulheres da UE não estão a ser garantidos na prática", resume o estudo. 

Joanna Goodey não tem dúvidas: "Se estes dados dissessem respeito a um país fora da UE, haveria imensas declarações de indignação, mas isto é dentro da UE." Considerando que o combate à violência de género "não está entre as prioridades" comunitárias, a perita lamenta que o tema esteja a ficar "fora de moda", com a UE a preferir fazer campanhas focadas "em áreas particulares da violência", que, sendo "muito importantes", afectam menos mulheres. 

A FRA não se limita a analisar os dados, deixando algumas recomendações, nomeadamente para lidar com o número de mulheres que, sendo vítimas de violência física e/ou sexual, não contactam as autoridades. A "grande maioria" das mulheres recorrem aos serviços de saúde quando querem denunciar um caso de maus tratos e, por isso, "os profissionais de saúde precisam de ser treinados para saberem ler os sinais", sublinha Goodey, recordando que os centros de apoio, como casas-abrigo, são "subfinanciados" e só existem na capital ou nas grandes cidades.

"O abrigo mais próximo pode estar a uma distância de quatro horas de carro, enquanto toda a gente sabe onde fica o médico mais próximo", compara, frisando que as mulheres inquiridas aprovaram, por "grande maioria", que os profissionais de saúde passem a incluir, nas consultas de rotina, perguntas sobre violência, quando observam sinais que a indiciam. "Não é um assunto de privacidade", frisa. 


Uma das novidades da pesquisa é a inclusão de "novas ou recentes" formas de violência de género, que recorrem à tecnologia, concluindo que onze por cento das inquiridas foram alvo de "avanços inapropriados" nas redes sociais e através de mensagens escritas de telemóvel (sms) ou de correio eletrónico (emails). As mulheres entre os 18 e os 29 anos são mais vulneráveis, com 20 por cento das jovens a reportarem "ciberassédio", refere Goodey, recusando o argumento da "liberdade de expressão".

Fonte: Correio da Manhã


Imprensa cubana noticiou pela primeira vez em 50 anos uma violação

"Durante décadas, a imprensa cubana absteve-se de publicar informações sobre a criminalidade.

Fonta de Imagem: A Bola.



Pela primeira vez em meio século, a imprensa cubana noticiou uma detenção, de um presumível violador, quando os assuntos de segurança e criminalidade eram habitualmente omitidos pelos meios de comunicação, todos controlados pelo Estado.


O semanário 'Trabajadores', o sítio oficial na internet Cubadebate e a rádio cubana anunciaram a detenção de um jovem cubano, com 23 anos, empregado de restaurante, acusado de três agressões sexuais contra mulheres, em Santa Clara, a 250 quilómetros a leste de Havana. O jovem "aproveitou-se da vulnerabilidade das suas vítimas, mulheres que iam para o seu trabalho ou dele regressavam, para, sob a ameaça de uma faca, as violar", indicou o delegado do Ministério do Interior no local à imprensa."

85% das Notícias Discriminam as Mulheres

Fonte da Imagem: Global Voices.
"Projecto analisou igualdade de género em 221 notícias e 85% são problemáticas O estudo foi levado a cabo pela Unidade Local de Análise à Imprensa. 

O projecto Media + Igual, de Coimbra, analisou 221 notícias entre setembro e junho, em torno da questão do género na imprensa, concluindo a existência de 85% de conteúdo problemático ou discriminatório. Ao todo, foram sinalizados 645 artigos de nove títulos de imprensa, tendo sido analisados 221 artigos, entre setembro de 2013 e junho de 2014, por uma Unidade Local de Análise de Imprensa (ULAI), em Coimbra, constituída por diferentes entidades ligadas à questão do género. 

Marisa Figueiredo, facilitadora da ULAI, disse à agência Lusa que os artigos que contribuem de forma positiva para uma maior igualdade de género na sociedade são uma "parte muito residual" da totalidade dos artigos sinalizados, sublinhando que ainda "há vários problemas ao nível do discurso" mediático. "As mulheres surgem como vítimas ou como casos de exceção", referiu Marisa Figueiredo, sublinhando que, em casos de violência doméstica, surgem "narrativas romantizadas", em que as mulheres são "agentes passivos", não havendo um discurso na primeira pessoa das vítimas. 

Carla Duarte, do Centro de Iniciativas Empresariais e Sociais, entidade que promove a iniciativa, salientou que "há um conjunto de estereótipos sobre a mulher que continuam a ser muito reproduzidos". Os nove títulos de imprensa analisados foram os jornais As Beiras, Diário de Coimbra, Correio da Manhã, Diário de Notícias, Público e as revistas Maria, Caras, Happy Woman e Men's Health, de forma a abranger "diferentes critérios" e a encontrar "uma maior diversidade".

Fonte: Correio da Manhã