Anda pela rua, Maria, sozinha
De passo ligeiro, "vadia", "putinha"
A olhar para trás, sabia, "presinha"
Pelo único caminho, pedia calmia
Encostado à parede, grunhia, Alfredo
De olhar aguçado, sorria, nojento
Ao seu lado disse, baixinho, contente,
«Dá-me uma trinquinha, menina indecente!»
ANDA MAIS RÁPIDO, MARIA
CORRE SEM DONO, SOZINHA
COM GARRAS E DENTES, FRIA
COMBATE POR TI, FERIDA
CORRE E DEIXA RASTO, CAMINHA
ENFRENTA O MEDO, CAMILA
SOZINHA NÃO MAIS, COMBINAM
«POR ELES JAMAIS OPRIMIDA!»
"- Pega um chupa, fofinha, bonita"
- Pega um estalo, machão, taradão
"- Queres boleia, menina, jeitosinha?"
- Queres sodomia, João, sabichão?
"- Anda cá ao ourives, ò jóia, lindinha"
- Anda cá à coveira, ò jargão porcalhão
"- És como um helicóptero, boa e gira"
- És como o estrume, antro de podridão.
ANDA MAIS RÁPIDO, MARIA
CORRE SEM DONO, SOZINHA
COM GARRAS E DENTES, FRIA
COMBATE POR TI, FERIDA
CORRE E DEIXA RASTO, CAMINHA
ENFRENTA O MEDO, CAMILA
SOZINHA NÃO MAIS, COMBINAM
«POR ELES JAMAIS OPRIMIDA!»
- Feminista do Diabo
1 comments:
Texto fabuloso!
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