quarta-feira, 28 de setembro de 2011

« Saudita condenada a dez chicotadas por conduzir


As sauditas ainda não tinham acabado de festejar o direito a votar e a candidatar-se nas eleições municipais, anunciado domingo pelo rei Abdullah, quando souberam da condenação de Shaima Jastaina a dez chicotadas por conduzir.

Nunca nenhuma mulher tinha sido condenada por guiar

As mulheres não podem guiar na Arábia Saudita mas nunca nenhuma tinha sido condenada a qualquer punição legal.

“Como é que uma mulher pode ser chicoteada por guiar se a pena máxima por uma violação de tráfico é uma multa?”, questionou-se Sohila Zein el-Abydeen, da Sociedade Nacional de Direitos Humanos (governamental).

Para Abydeen e outras activistas a sentença é uma retaliação do establishment religioso contra o rei e as reformas. “O nosso rei não merece isto”, disse ao telefone com a Reuters, numa conversa em que teve um ataque de choro. “Este veredicto foi um choque para mim, mas já esperávamos este tipo de reacções.”

Jastaniah foi condenada num tribal de Jidá, onde foi presa em Julho. Já recorreu da sentença. Entretanto, a activista Madiha al-Ajroush foi brevemente detida na terça-feira depois de ter sido interpelada quando conduzia acompanhada por uma jornalista francesa que está a realizar um documentário sobre as mulheres no reino. Segundo a conta de Twitter da campanha Women2Drive, foi libertada depois da intervenção do consulado francês. Uma terceira, Najla Hariri, foi acusada de “desafiar o monarca”.

Por coincidência, Hariri estava a responder no gabinete da procuradoria enquanto o rei Abdullah discursava. Hariri conduziu não em desafio, mas por necessidade. “Precisei de deixar o meu filho na escola e de apanhar a minha filha no trabalho”. Um problema que enfrentam todas as sauditas que não podem pagar os perto de 300 euros que um motorista custa por mês.

Madiha al-Ajroush é uma veterana activista: em 1990 foi presa com 40 sauditas por conduzir. Em Junho foi lançada uma nova campanha e dezenas de mulheres têm conduzido e publicado vídeos no YouTube. Manal al-Sherif, promotora da iniciativa, esteve detida dez dias mas foi libertada depois de assinar uma declaração em que se compromete a não conduzir nem falar com jornalistas.

Normalmente é isso que acontece quando uma mulher é apanhada - assina uma declaração afirmando que não voltará a fazê-lo. Aliás, não há nenhuma lei que diga que as sauditas não podem conduzir, mas é proibido passar-lhes licenças de condução.

“Permitir que as mulheres votem está muito bem mas se vão ser chicoteadas por exercer o direito à liberdade de movimentos, então as reformas do rei significam muito pouco”, comentou a Amnistia Internacional. »


4 comments:

A sério, aquilo nunca vai mudar?!

Que vergonha. Se eu pudesse mandava que reeducassem aquela gente toda, que são um bando de tiranos e terroristas que não respeitam ninguém. Nada me provoca mais raiva que eles e depois vêm para os outros paises pedir asilo e direitos quando ali só vemos noticias destas. Nos paises deles já não falam em direitos, porque lhes convem tratarem quem querem assim. Triste mundo.

Excelente blog. Parabéns!

(comentário recuperado de 28 de Setembro de 2011)

tambem nao me ocorre outra justificação, Palco do Tempo!!

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